Unidade Terapia Intensiva

Unidade Terapia Intensiva
UTI

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Prefixos, Sufixos e Terminologia de enfermagem em clinica Cirúrgica


Prefixos, Sufixos e Terminologia de enfermagem em clinica Cirúrgica


PREFIXOS

- adeno - relativo a glândula
- cole - relativo à vesícula
- colo - relativo ao colo
- cisto - relativo a bexiga
- colpo - relativo à vagina
- êntero - relativo ao intestino
- gastro - relativo ao estômago
- hístero - relativo ao útero
- nefro - relativo ao rim
- oftalmo - relativo aos olhos
- orqui- relativo aos testículos
- ósteo - relativo ao osso
- oto - relativo ao ouvido
- procto - relativo ao reto
- rino - relativo ao nariz
- salpinge - relativo às trompas
- tráqueo - relativo à traquéia

SUFIXOS

- ectomia - remoção de um órgão ou parte dele
- exerese - Separação agressiva das partes de um órgão em função de lesões traumáticas
- ostomia - abertura cirúrgica de uma nova boca
- otomia - corte
- pexia - fixação de um órgão
- plastia - alteração da forma de um órgão
- rafia - sutura
- scopia - olhar no interior
- centese - punção

OPERAÇÕES DE REMOÇÃO (ECTOMIA)

- Apendicectomia - remoção do apêndice
- Colecistectomia - remoção da vesícula biliar
- Esplenectomia - remoção do baço
- Gastrectomia - remoção parcial ou total do estômago
- Hemorroidectomia - remoção de hemorróidas
- Histerectomia- extirpação do útero
- Lobectomia - remoção de um lobo de um órgão
- Miomectomia - remoção de mioma
- Nefrectomia - remoção do rim
- Pneumectomia - remoção do pulmão
- Prostatectomia remoção da próstata
- Retossigmoidectomia - remoção do retossigmóide
- Safenectomia - retiradas de veias safenas
- Tireoidectomia - remoção da tireóide
- Simpatectomia remoção do nervo simpático principal
- Vasectomia - corte ou bloqueio que levam a esterilização no homem;

OPERAÇÕES DE ABERTURA (TOMIA)

- Coledocostomia - abertura e exploração do colédoco

CONSTRUÇÃO CIRÚRGICA DE NOVAS BOCAS (STOMIA)

- Cistostomia - abertura da bexiga para drenagem de urina
- Colostomia - abertura do colo através da parede abdominal
- Ileostomia - abertura artificial no íleo
- Jejunostomia - colocação de sonda no JeJuno para alimentação
- Nefrostomia - colocação de sonda no rim para drenagem de urina
- Gastrostomia abertura de fistula no estomago para esvaziar/introduzir alimentos

OPERAÇÕES DE FIXAÇÃO ou REPOSICIONAMENTO (PEXIA)

- Histeropexia - suspensão e fixação do útero
- Orquidopexia - abaixamento e fixação do testículo em sua bolsa
- Sigmoidopexia - fixação do cólon sigmóide à parede abdominal
- Nefropexia - fixação do rim em seu lugar anatômico

OPERAÇÕES PARA ALTERAÇÃO DA FORMA E/OU FUNÇÃO (PLASTIA)

- Rinoplastia - plástica do nariz
- Salpingoplastia - plástica da trompa para sua recanalização
- Mamografia radiografia especial, feita para avaliação das mamas
- Toracoplastia - plástica da parede torácica
- Mamoplastia plástica da mama
- Quiloplastia plástica nos lábios
- Dermolipectomia - plástica que retira o excesso de pele e de gordura
- Palatoplastia - plástica que reconstitui o palato
.
OPERAÇÕES DE SUTURA (RAFIA)

- Colporrafia - sutura da vagina
- Gastrorrafia - sutura do estômago
- Herniorrafia - sutura da hérnia
- Palatorrafia sutura do palato
- Perineorrafia - sutura do perineo
- Tenorrafia - sutura de tendão

OPERAÇÕES PARA OBSERVAÇÃO e EXPLORAÇÃO (SCOPIA)

- Broncoscopia - exame com visualização direta dos brônquios
- Cistoscopia - exame com visualização direta da bexiga
- Colposcopia - exame com visualização direta da vagina
- Esofagoscopia - exame com visualização direta do esôfago
- Gastroscopia - exame com visualização direta do estomago
- Sigmoidoscopia - exame com visualização direta do sigmóide
- Retossigmoidoscopia - exame com visualização direta do retossigmóide

quarta-feira, 14 de julho de 2010

HEMODINÂMICA


DICIONÁRIO DE TERMOS DA HEMODINÂMICA


Aneurisma: dilatação e protusão localizada da parede de um vaso (principalmente artéria) ou do coração, decorrente de uma fragilidade estrutural local.
Angina: também chamada de angina do peito ou angina pectoris. Caracteriza-se por dor intensa no peito, geralmente do tipo constrictiva, com frequência irradiada para a parte interna do braço esquerdo, provocado, quase sempre, por uma diminuição no fluxo de sangue que irriga o coração.
Aorta: grande artéria que nasce do ventrículo esquerdo do coração e que transporta sangue arterial para suprir todo corpo humano. Aorta abdominal: porção abdominal da aorta. Aorta torácica: segmento torácico da aorta, que é dividido em porção ascendente, transversa e descendente torácica.
Aortoplastia: consiste na dilatação de estreitamento na aorta, por Ex:. coarctação congênita da aorta.
Angiocardiografia: visualização da luz dos vasos e das cavidades cardíacas utilizando-se uma substância contrastante. Desta forma podemos analisar a presença ou não de defeitos cardíacos congênitos, lesões em válvulas cardíacas e a função contrátil do músculo cardíaco.
Angiografia: visualização da luz do vaso ao injetar contraste radiológico.

Aortografia Abdominal
    Aorta Abdominal Terminal Artéria Ilíaca Comum (Direita e Esquerda) Ilíaca Externa Ilíaca Interna
Angioplastia: técnica não cirúrgica para tratamento de doenças arteriais. Consiste em insuflar temporariamente um cateter-balão no interior do vaso para corrigir um estreitamento.
Angioplastia Coronária Percutânea: é uma técnica não cirúrgica para desobstrução de artérias coronárias em casos selecionados. Trata-se de um cateter com um balão insuflável em sua extremidade que é colocado ao nível da lesão, dentro da artéria coronária. Em seguida o balão é distendido de forma controlada comprimindo a placa aterosclerótica contra a parede do vaso, aumentando a luz do mesmo, permitindo a adequada passagem do sangue para o leito distal arterial. 
Arritmia Cardíaca: ou disritmia cardíaca. Anormalidade no batimento cardíaco. Diversos são os tipos de arritmia cardíaca.
Artérias: são os vasos que transportam o sangue do coração para todo o corpo humano.
Artérias Coronárias: são os vasos que irrigam o coração com sangue rico em oxigênio e nutrientes.
Arteriografia: opacificação com contraste de uma artéria qualquer do corpo humano.
Arteriografia seletiva: opacificação seletiva de uma artéria, por exemplo: arteriografia renal seletiva. 
Arteríolas: pequenos ramos arteriais que regulam a resistência ao fluxo sanguíneo. Estruturalmente suas paredes são ricas em fibras musculares e também são conhecidos como vasos de resistência, pois quando se contraem aumentam a pressão arterial do sangue.
Ateroma: depósito de gordura, calcificada ou não, que causa estreitamento do vaso sanguíneo. Também conhecida por Placa de Ateroma ou Placa Aterosclerótica. 
Atriosseptostomia: técnica em que se utiliza um pequeno cateter balão para promover a abertura (ruptura) do septo interatrial, tracionando-se o cateter desde o átrio esquerdo até o direito. Utilizado em recém-natos com cardiopatia congênita muito grave, em que se faz necessário uma melhor mistura do sangue arterial e venoso, para manutenção da vida enquanto aguarda o melhor momento de uma cirurgia cardíaca reparadora.
Capilares: vasos sanguíneos microscópicos que se situam entre arteríolas e vênulas, isto é entre artérias e veias, que distribuem o sangue oxigenado para os tecidos do corpo.
Cardiologia: é o estudo do coração e sua função tanto na saúde como na doença.
Cardiovascular: relativo ao coração e aos vasos sanguíneos. O Coração e todos os Vasos Sanguíneos do Corpo constituem o Sistema Cardiovascular. O Sistema Circulatório está constituído pelo Coração, Vasos Sanguíneos e Circulação do Sangue.
Cardioversão: uma técnica em que se aplica um choque elétrico no torax para reverter uma anormalidade do batimento cardíaco, utilizando-se um aparelho chamado cardioversor.
Cateterismo Cardíaco: método em que se punciona ou disseca uma veia ou artéria periférica e se introduz um tubo fino e flexível, chamado cateter até os grandes vasos e o coração, com a finalidade de se analisar dados FISIOLÓGICOS (pressões cavitárias, obter amostras de sangue para dosagem do oxigênio), FUNCIONAIS (débito cardíaco, volumes ventriculares) e ANATÔMICOS (trajeto de cateter e injeção de contraste). Apesar da história e do exame físico do paciente, eletrocardiograma, Rx, prova de esforço, medicina nuclear e ecocardiograma, etc., fornecerem consideráveis dados sobre a função cardíaca, o cateterismo cardíaco utilizando as várias técnicas acima descritas é usado para se obter a maior quantidade de informações possíveis com o objetivo de se conseguir um diagnóstico exato e, assim, decidir qual o tratamento mais adequado.
Cateterismo Cardíaco Diagnóstico: quando o procedimento visa apenas o diagnóstico e a quantificação de lesões quando presente.
Cateterismo Cardíaco Direito: quando se utiliza uma veia do braço ou da perna, progredindo-se o cateter até a veia cava superior ou inferior, átrio direito, ventriculo direito, tronco e ramos da artéria pulmonar e leito distal da circulação pulmonar para registro de pressão "capilar".
Cateterismo Cardíaco Esquerdo: também chamado de cateterismo cardíaco retrógrado, em que se utiliza uma artéria periférica e se progride o cateter sob visão direta fluoroscópica até a raiz da aorta e cavidade ventricular esquerda.
Cateterismo Cardíaco Terapêutico: quando o procedimento visa o tratamento de um defeito cardíaco. 
Cianose: tonalidade azulada que assume a pele e mucosas em determinadas condições, geralmente devido ao aumento da hemoglobina reduzida no sangue circulante. É encontrada em recém-natos com defeitos congênitos do coração. Mais raramente está relacionada a presença de outros pigmentos.
Cineangiocardiografia: visualização da luz de um vaso sangüíneo ou de cavidade cardíaca utilizando substância contrastante ao Rx, documentada em filme de 35mm.
Cineangiocoronariografia: visualização da luz das artérias coronárias com a substância contrastante ao Rx, em filme de 35mm.
    Tronco da Coronária Esquerda Ramo Descendente Anterior Ramo Circunflexo Ramo Diagonal Ramo Marginal
Circulação Colateral: fina rede de vasos que se forma, próximo ao local da obstrução de um vaso maior, na tentativa do organismo de manter o fluxo sanguíneo ao leito distal comprometido.
Contraste: substância que se injeta para visualização dos vasos sangüíneos e estruturas cardíacas. Existem várias substâncias contrastantes. 
Coronária: nome dado às artérias que irrigam o músculo cardíaco.
CoronariografiaO mesmo significado que a cineangiocoronariografia, cinecoronariografia e coronariografia têm 
Débito Cardíaco: volume de sangue que é bombeado pelo coração no sistema circulatório, por minuto.
Dissecção aórtica: é a separação longitudinal e circunferencial da camada média da parede da aorta em extensão variável
Desfibrilador: aparelho eletrônico utilizado para reverter uma fibrilação atrial ou ventricular em um ritmo cardíaco normal.
Endarterectomia: remoção cirúrgica de uma placa (aterosclerótica) situada na luz de uma artéria.
Endocárdio: membrana que reveste a superfície interna do coração.
Endotélio: revestimento interno dos vasos sanguíneos.
Epicárdio: membrana que reveste a superfície externa do músculo cardíaco.
Fibrinolíticos: drogas utilizadas para dissolver coágulos sanguíneos recentes, também chamadas de drogas trombolíticas. São utilizadas nas primeiras horas do infarto agudo do miocárdio para dissolver o coágulo que está obstruindo o fluxo arterial coronário. Promove a desobstrução do vaso em 80% dos casos. As drogas mais utilizadas em nosso meio são a estreptoquinase e o actylise.
Fração de Ejeção: representa o percentual do volume ventricular diastólico final que foi ejetado na sístole.
Hemodinâmica: estudo dos movimentos e pressões da circulação do sanguínea.
Infarto do Miocárdio: área do musculo cardíaco danificada por um inadequado suprimento de sangue arterial. Por ex.: obstrução total de uma ramo arterial coronário.
Insuficiência Cardíaca: incapacidade do coração de enviar quantidade de sangue suficiente para as necessidades metabólicas dos tecidos do corpo humano.
Intravenoso: situado dentro de uma veia.
Isquemia: diminuição do fluxo de sangue para um orgão, geralmente devido a constricção ou obstrução parcial de uma artéria.
Isquemia Silenciosa: episódio de isquemia cardíaca sem manifestação de dor torácica.
Manometria: medida dos eventos pressóricos tanto em cavidades do coração como nos grandes vasos. O seu registro em papel também é conhecido como curva pressórica.
Miocárdio: músculo cardíaco que forma as paredes do coração. A sua contração ritmica impulsiona o sangue das cavidades ventriculares para as grandes artérias.
Marca-Passo Cardíaco Artificial: pequeno aparelho implantável cirurgicamente para restaurar o ritmo cardíaco a normalidade.
Regurgitação: refluxo anormal do sangue através de uma valva cardíaca defeituosa e incompetente.
Risco Coronário: um elemento ou condição que envolve um risco aumentado ou perigo de doença coronária. Os Fatores de Risco Coronário estão relacionados com um acréscimo na chance de desenvolver uma doença obstrutiva arterial coronária, principalmente quando associados. Os Fatores de Risco clássicos são: Dislipidemia, Tabagismo, Hipertensão arterial, Diabetes Mellitus, Obesidade e Sedentarismo.
Sistema de Condução do Coração: fibras musculares especializadas que conduzem os impulsos elétricos para todo o músculo cardíaco.
Stent Coronário: são molas ou malhas, na maioria de aço inoxidável, que colocados nas artérias coronárias, nos locais onde existem lesões, servem para manter as paredes do vaso afastadas entre si e manter a placa de gordura aderida à parede. São utilizados em angioplastias em que o vaso oclui agudamente e também com a finalidade de diminuir a reestenose pós angioplastia. A sua introdução na artéria se faz utilizando um cateter balão, ao qual ele é sobreposto. Ao nível da lesão, insufla-se o balão distendendo o stent. Após a desinsuflação do balão, retira-se o cateter, ficando o stent devidamente posicionado.

Angioplastia com Cateter Balão e Colocação de STENT
Desenho Esquemático do Micro STENT II da AVE
    Parede da Artéria com aspecto normal Alças Metálicas do STENT Placa de Ateroma comprimida contra a parede do vaso. Porção Proximal do Balão de Angioplastia (Coronária) Lúmen Interno do Vaso
Valva Cardíaca: ou válvulas cardíacas, são aparelhos que regulam a direção do fluxo sanguíneo no interior do coração e nos grandes vasos que emergem dos ventrículos direito e esquerdo do coração. A Valva Tricúspide regula a direção do fluxo do átrio direito para o Ventrículo direito, a Valva Pulmonar direciona o fluxo do Ventrículo direito para o interior de ambos os pulmões, a Valva Mitral que regula o fluxo do Átrio esquerdo para o Ventrículo esquerdo (sangue arterializado que vem dos pulmões) e a Valva Aórtica que mantém o fluxo do Ventrículo esquerdo para a Aorta Ascendente.
Valvoplastia com Cateter Balão: utiliza-se cateteres balões que ao serem distendidos ao nível de válvulas estreitadas (estenóticas): pulmonares, mitrais, aórticas, tricúspides, determinam a abertura das mesmas.
Veias: vasos que transportam o sangue do corpo para o coração

terça-feira, 6 de julho de 2010

diagnósticos de morte encefálica

Critérios diagnósticos de morte encefálica

INTRODUÇÂO

O fenômeno singular da morte é encarado de maneira distinta nas mais diversas sociedades ao redor do mundo. Cada uma delas apresenta uma visão peculiar; calcada em princípios raciais, culturais e religiosos, entre outros. Apesar disso, a morte em si é rigorosamente a mesma e na maior parte das vezes, não é um evento, mas sim um processo, onde os vários órgãos e sistemas de manutenção da vida entram em colapso progressiva e sucessivamente1,2,3.
Por outro lado, nos últimos anos, esforços têm sido empreendidos para a obtenção de uma conceituação científica e socialmente adequada deste momento que possa ter uma aplicabilidade universal. Isto, além de promover uma padronização dos critérios para seu diagnóstico nas nações em diferentes estágios de desenvolvimento, busca contemplar os avanços notáveis da ciência médica na área de transplantes de órgãos.
Importante notar que o conceito de morte transforma-se e modifica-se conforme a sua colocação, seja esta filosófica ou científico-biológica. Assim, um corpo que apesar de um coração ativo, apresente abolição persistente das atividades cerebrais, provavelmente estará morto, e caso esta suposição realmente se confirme, um potencial doador estaria nascendo. Como percebemos, a definição clássica de morte até recentemente aceita - "parada irreversível de batimentos cardíacos e movimentos respiratórios", torna-se nos dias atuais, obsoleta e inapropriada em algumas situações. Com o notável progresso observado na área de biotecnologia, particularmente na de terapia intensiva, com o advento de máquinas sofisticadas e drogas poderosas, o sistema cardio-respiratório de pessoas irreversivelmente inviabilizadas do ponto de vista neurológico, poderia ser mantido em funcionamento por um tempo indefinido. Um exemplo hipotético, porém desgraçadamente freqüente em nosso país, seriam aqueles pacientes sofredores de trauma de crânio (TCE) grave, onde o encéfalo estaria morto e a manutenção do sistema cardio-respiratório sendo possível através da utilização dos formidáveis recursos bio-tecnológicos contemporâneos. Esta situação foi descrita pioneiramente por Mollaret em 1959 na França, a qual denominou "coma depassé", não se podendo em tais casos, aplicar a definição da "morte clássica", mas sim, empregar critérios diagnósticos de morte encefálica (ME)4,8.
Desta maneira, a adequação dos serviços médicos a esta nova realidade é necessária e justificável, não somente por motivos econômicos ou sociais, mas principalmente por argumentos humanitários. Sabe-se que os leitos de UTI são limitados e dispendiosos e a manutenção de uma vida vegetativa, isto é, sem qualquer perspectiva de recuperação, poderá bloquear indefinidamente sua utilização por outros indivíduos com melhores prognósticos. Além disso, cabe ressaltar que em tal situação, muito freqüentemente, os esforços dispendidos para o atendimento e manutenção artificialmente prolongada dos batimentos cardíacos, equivocadamente interpretados como sinal de que o paciente está vivo, acabam arruinando a família e promovendo descrédito a própria medicina6,12.
Olhando sob outro prisma, nota-se o espetacular progresso médico-científico na área de transplantes nas últimas décadas, propiciando um interesse crescente na sociedade quanto a conceito e critérios diagnósticos de ME, pela óbvia razão que neste grupo de pacientes encontram-se doadores de múltiplos órgãos em potencial. Aliás, gostaríamos de enfatizar que desperdício de órgãos viáveis para transplantação é algo abominável em qualquer nação atualmente, independentemente do seu status sócio-econômico-cultural. Por isso, recomendamos que um enfoque sereno e educado do tema, firmado estritamente em bases humano-científicas e completamente despido de qualquer interesse pecuniário, deveria ser empregado junto à sociedade brasileira em geral, e catarinense em particular, para a eliminação de preconceitos anacrônicos bizarros que obstaculizam sua cooperação.
Finalmente, recordamos aos colegas que quem atesta ME deve ter muito claro em mente que apenas um lapso de tempo o separa das condições do diagnosticado, razão pela qual deveria se portar com máxima discrição, educação e segurança que o momento delicado requer. Assim procedendo, familiares serão mais receptivos à irreversibilidade da situação e mais propensos a doação de órgãos sadios, vitais para outros seres humanos que sobrevivem em precárias condições clínicas.
Tendo em vista estes fatos, nosso grupo, embasado em criteriosa e recente revisão da literatura mundial, propõe critérios diagnósticos de ME para implantação no Estado de Santa Catarina. Recomenda-se especial cautela na aplicação dos mesmos em crianças menores de 5 anos de idade, devido à imaturidade característica do SNC nesta faixa etária poder induzir a conclusões indevidas. A avaliação do paciente possui fases e subfases que devem ser criteriosamente obedecidas para confirmação diagnóstica de ME. Ela deve ser realizada por uma junta de no mínimo dois médicos com experiência no manejo de pacientes comatosos, NÃO PERTENCENTES EM NENHUMA HIPÓTESE A EQUIPE DE TRANSPLANTES, sendo um deles, necessariamente, neurologista ou neurocirurgião14.

FASES A SEREM CUMPRIDAS

I - Descartar Causas Reversíveis de Coma Capazes de Mimetizar ME:
1. Hipotermia: sabe-se que a hipotermia pode dar resultado falso positivo de ME, particularmente quando o corpo está abaixo de 32,2oC (temperatura retal), sendo necessário restauração a normotermia antes de qualquer especulação diagnóstica.

Atenção: Hipotermia é um método seguro e eficaz de combate a edema cerebral grave, condição responsável por grande parcela dos mortos encefálicos. Esta técnica, está sendo desenvolvida pela Universidade de Heidelberg/Alemanha e certamente ganhará importância crescente nos próximos anos11. Há evidências de que seu emprego precoce, imediatamente após o insulto traumático, contribuirá para uma redução expressiva dos indivíduos que desenvolvem ME pós TCE grave em nossa sociedade.

2. Choque: Devido ao choque, independendo de sua etiologia, a diminuição de fluxo sangüíneo cerebral pode provocar uma suspensão transitória da atividade elétrica cerebral e um quadro clínico aparentando ME. Logo, é imprescindível a tentativa de manutenção da pressão arterial antes de diagnosticarmos ME em vítimas de choque.


3. Intoxicação por drogas: parada transitória das funções encefálicas pode ser induzida por overdose de múltiplas drogas sedantes do SNC, como barbitúricos, benzodiazepínicos, entre outras. Quando se suspeita disso, um "screening" deve ser realizado e, nesses casos, o uso de potencial evocado pode ser de grande valia, pois é incomum que essas drogas afetem o teste. É expressamente recomendável um período de observação mais prolongado nos casos em que aventa-se esta possibilidade; principalmente quando da suspeita de barbitúricos, devido a longa meia-vida destas drogas, com sua rica recirculação êntero-hepática e drástica redução da motilidade gastrintestinal.


4. Distúrbios metabólicos: algumas condições como encefalopatia hepática, coma hiperosmolar, hipoglicemia e uremia podem levar a coma profundo, sendo que estas alterações metabólicas devem ser consideradas antes de determinar a irreversibilidade das funções encefálicas e esforços devem ser feitos para corrigi-las. Nos casos suspeitos, exames complementares deverão ser realizados em todos eles.


II - Exame Clínico e Teste da Apnéia:
1. Reflexo pupilar: deve ser realizado com fonte luminosa de boa intensidade, observando se há resposta tanto direta quanto consensual e, se necessário, utilizar lupas e em ambientes com baixa luminosidade.


2. Reflexo corneano: explorar utilizando mecha de algodão, tocando alternadamente as córneas e observando-se a presença de fechamento palpebral e/ou desvio conjugado dos olhos para cima (fenômeno de Bell). Atenção: algodão seco é o material a mais adequado para ser utilizado!


3. Reflexo oculocefalógiro: explora-se com movimentos rápidos de rotação da cabeça no sentido horizontal e flexão e extensão do pescoço. Na resposta normal, observa-se um deslocamento ocular no sentido contrário aos movimentos realizados. Atenção: devido ao risco de lesão medular estas manobras são proibitivas em pacientes vítimas de trauma, pelo menos até que se tenha evidência radiológica de integridade da coluna vertebral.


4. Reflexo oculovestibular: explora-se elevando a cabeça do paciente a 30 graus do plano horizontal; determinar previamente por otoscopia a permeabilidade do conduto auditivo e aplicar lentamente 50 ml de água à 4oC sobre a membrana timpânica, observando se há desvio ocular. Resposta normal seria desvio em direção ao estímulo.


5. Reflexos cocleopalpebral, sucção e mentoniano: são de pouco valor discriminativo. Reflexos faríngeos, de deglutição e de tosse: muitas vezes são comprometidos pelo uso de cânulas endotraqueais para ventilação, como também pelo ressecamento das mucosas. Entretanto, sem dúvida, podem ser pesquisados como os reflexos supracitados, pois quanto mais dados disponíveis, maior será a segurança do diagnóstico de ME. Relembramos o fato de que este é de caráter essencialmente clínico.


6. Teste da apnéia: tem como intuito comprovar se há movimento ventilatório espontâneo pela estimulação de centros respiratórios pela hipercapnia de no mínimo 60 mmHg. O teste consiste inicialmente em observar se o paciente não realiza nenhum esforço contrário à ventilação mecânica. Após 15 minutos, o paciente é ventilado durante 10-20 minutos com 100% de oxigênio e colhe-se uma gasometria arterial que deve mostrar um pO2 de 100 ou mais mmHg. Na seqüência, ele é desconectado do ventilador e com um catéter traqueal se administra oxigênio a 6 litros/minuto. Por um período de 10 minutos, observa-se se há movimento ventilatório e colhe-se outra gasometria. O teste é dito positivo quando a pCO2 da segunda gasometria atingir um nível mínimo de 60 mmHg sem nenhum movimento ventilatório concomitante. Caso pCO2 seja menor que 60 mmHg, o teste deve ser repetido e, utilizando do aumento médio de pCO2, de 3 mmHg/minuto em adultos, para cálculo do período de observação.

Após a constatação clínica e registro de coma não reativo do paciente, este deve ser observado por um período mínimo de 12 horas, após o qual dever-se-á repetir a avaliação clínica e registrar se houve alguma modificação do quadro inicial. Caso o exame permaneça inalterado, uma nova avaliação clínica deverá ser realizada 12 horas após. Nesta ocasião, se o paciente persistir em coma profundo, com ausência de resposta na pesquisa dos reflexos enumerados acima e tiver um teste da apnéia positivo, deverá ser estabelecido o diagnóstico de ME.

III - Exames Complementares

1. EEG: deve demonstrar ausência de atividade elétrica cerebral. Este procedimento deverá ser realizado conforme as normas técnicas da American EEG Society (detalhes técnicos podem ser obtidos no "Minimal Technical Standards fo EEG Recording in Suspected Cerebral Death" - Guidelines in EEG 1980, Atlanta, American Electroencephalographic Society, 1980, section 4, pp. 19-241)7.


2. Potencial evocado: é um exame que poderia ser utilizado quando há alguma limitação para a realização do exame clínico ou como uma opção confirmatória extra. Pela sua praticidade, deverá ser o exame de eleição para confirmação de ME quando houver pendências legais ou necessidade de diagnóstico precoce.


3. Angiografia de 4 vasos encefálicos ou outros métodos de medição do fluxo sangüíneo cerebral, que demonstre ausência de fluxo sangüíneo cerebral.


4. Ultrassonografia: poderá fornecer informações valiosas sobre ausência de circulação sanguínea em território das artérias carótidas. Quando disponível substitui angiografia cerebral com o charme de ser um estudo não agressivo13.

IV - Comentários Adicionais
O período de observação clínica e documentação da cessação da função cerebral por um período mínimo de 6 horas JUNTAMENTE com ausência de atividade elétrica cerebral OU perfusão sangüínea cerebral, estabelece o diagnóstico de ME e torna dispensável a necessidade de reavaliações clínicas. Todavia, conforme já comentado, na ausência desses testes complementares, o período de observação clínica deve ser no mínimo de 24 horas. Logo, gostaríamos de enfatizar que exames complementares não são pré-requisitos necessários para se firmar o diagnóstico de ME2,3,8. Contudo, reconhecemos que sua disponibilidade permitirá anteciparmos com segurança o diagnóstico desta condição.
Uma vez diagnosticada ME, a junta deve preencher o atestado de óbito em duas vias, sendo uma encaminhada a conselho de ética médica da instituição e outra anexada ao prontuário. Nesta hora, apoio psicológico aos familiares é imprescindível. Além disso, o médico responsável deverá ser esclarecedor e objetivo quando expõe aos mesmos a irreversibilidade da situação. Assim como deveria transmitir apropriadamente sentimentos de solidariedade pela perda de um ente querido10.
Neste momento, algumas iniciativas deveriam ser implementadas se o corpo do indivíduo em ME for identificado como um doador em potencial. A primeira delas seria um contato com os familiares responsáveis. Entretanto, devido ao seu caráter epidêmico nos dias atuais, um teste para HIV deveria ser feito previamente em todo indivíduo candidato à doação, não importando comportamento prévio ou classe social, pelos riscos inerentes e óbvios desta condição. Além disso, devemos ter na memória que outras sérias enfermidades infecto-contagiosas continuam existindo. A despeito de serem menos freqüentes, algumas delas são de tal gravidade que sobrepujam a famosa SIDA em termos prognósticos (Jakob-Creutzfeldet por exemplo, veja mais em Demência e suas causas) e os indivíduos receptores deveriam serem poupados de tal desatino.
Finalizando, gostaríamos de realçar mais uma vez que o diagnóstico de ME é fundamentalmente clínico. A despeito disso, testes complementares serão necessários quando da avaliação de crianças até 5 anos de idade5. Da mesma forma, pacientes com lesões infratentoriais, independentemente de sua idade, deveriam ser objeto de avaliação muito cautelosa, pois muitas vezes seu quadro clínico indefinido exigirá o uso de exames complementares diversos para a confirmação diagnóstica7,9,13.

O presente ensaio apresenta uma proposta de critérios diagnósticos de ME à sociedade médica. Conceitos nesta área estão em contínua evolução. Por esta razão, este documento deveria ser objeto de aprimoramento permanente e os colegas são convidados à reflexão e a colaborarem neste desígnio.


1. Pupilas paralíticas - devem estar fixas e arreativas frente a um estímulo luminoso.
2. Arreatividade supra-medular
3. Ausência do reflexo córneo palpebral
4. Ausência de reflexo óculo vestibulares - os reflexos óculo vestibulares estão ausentes. Pesquisado pela movimentação lateral ou vertical da cabeça ou então pela irrigação dos condutos auditivos com 50 cm de água gelada
5. Apnéia - é o exame mais importante. Entretanto, deve-se lembrar que a maioria dos pacientes comatosos encontram-se em hipocapnia e hiperoxigenados. Por isso deve-se realizar a prova da apnéia.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

NUTRIÇÃO PARENTERAL

A Nutrição Parenteral pode ser utilizada tanto como terapia exclusiva quanto como de apoio, dependendo basicamente da capacidade fisiológica de digestão e/ou absorção de cada paciente.Defini-se pela administração endovenosa de macro e micronutrientes, por meio da via periférica ou central.
As principais indicações são depleção das proteínas plasmáticas, perda significativa ou incapacidade de manutenção do peso corpóreo,traumas e cirurgias.
A indicação adequada,a manutenção dos controles bioquímicos,clínicos e antropométricos permitem diminuir as complicações infecciosas,metabólicas ou de infusão.O retorno gradual e o mais precoce possível à alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda terapia de nutrição parenteral.
Entende-se por Nutrição Parenteral a administração de nutrientes como glicose e proteínas, além de água, eletrólitos, sais minerais e vitaminas através da via endovenosa, permitindo assim a manutenção da homeostase, já que as calorias e os aminoácidos necessários são supridos.
Tal método pôde ser observado já no século XIV, porém seus primeiros resultados não se mostraram satisfatórios. As primeiras soluções glicosadas e hidrossalinas apareceram no início do século XVII, mas somente no século XX, mais especificamente 1968, houve a sistematização da Nutrição Parenteral através da proposta de Dudrick da Universidade da Pensilvania, a qual provava a eficácia e a aplicabilidade segura do uso do método.
A Nutrição Parenteral é utilizada normalmente como terapia de apoio (complementando as necessidades nutricionais de pacientes em que via enteral não consegue suprí-las) ou terapia exclusiva (onde uso da via enteral é proibida), sendo que em ambos casos ela pode combater desnutrição, podendo até reverter quadro imunológico.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são a periférica e a central. Na primeira podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vitaminas entre outros.
A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineiramente usada para ter acesso à veia cava superior. O catéter deve posicionar-se no átrio direito, o que deve ser verificado através de RX.
Estipulada a via de administração, a solução pode ser instalada, respeitando sempre as condições estabelecidas quanto ao volume e as calorias, situação esta controlada através da velocidade do gotejamento. As soluções base são hipertônicas, logo necessitam ser infundidas em veia central.Estas soluções são compostas por 500 ml de solução de glicose 50% (fornece aproximadamente1000kcal) adicionados em 500ml solução de aminoácido 10% (fornece aproximadamente 200 kcal); há ainda o acréscimo de eletrólitos e polivitamínicos (em função das quantidades insuficientes de ácido fólico e vitamina B12 nos polivitaminicos, há necessidade de aplicação intramuscular dos mesmos). Já as gorduras são fornecidas sob forma de emulsão 10% (500ml aproximadamente 450 kcal) por meio da via periférica, não havendo risco de flebite. Outra vantagem da emulsão é o seu elevado aporte energético em volumes reduzidos, além de fornecer os ácidos graxos essenciais.

INDICAÇÕES

Como já foi dito anteriormente, a Nutrição Parenteral pode ser usada como apoio ou exclusivamente, para aqueles casos em que o uso da via enteral é contra indicada, a seguir os mesmos serão expostos:
- Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético), logo a única terapia capaz de suprir tais necessidades é a parenteral. Isto é possível através do fornecimento de emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico.
- Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das maiores causas de mortalidade em pacientes com esta patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacientes. Estudos apontam que o tratamento convencional de fístula associada à Nutrição Parenteral tem promovido recuperação e fechamento precoces.
- Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo (conseqüente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos ramificados e baixa concentração de aromáticos.
- Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela retenção nitrogenada e hiperosmolaridade. Apesar disso, a oferta de proteínas deve ser normal, com intuito de evitar desnutrição energético protéica. A solução protéica fornece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo assim o equilíbrio metabólico com os carboidratos.
- Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva, nesse caso, o repouso pancreático fundamental para recuperação das funções e evitar hemorragias/necrose tecidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser utilizada com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser hiperglicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico.
- Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há necessidade de repouso, redução de secreção e motilidade intestinal, porém a desnutrição deve ser controlada para que os resultados da cirurgia sejam satisfatórios.
Portanto, após expostas as indicações, pode-se afirmar novamente que a Nutrição Parenteral é destinada àqueles pacientes que possuem a via oral e/ou gastrointestinal impossibilitadas de serem usadas (3,4,5), com gasto metabólico elevado, decorrente de doença/trauma e que apresentam aporte calórico proteico insuficiente, além de ser usado como preparo de pacientes no pré operatório.
Existem três indicadores que são utilizados para apontar os pacientes de risco (1,5), os quais são fortes candidatos ao suporte nutricional via NP, são eles:
· perda de 10% ou mais peso corpóreo;
· albumina sérica abaixo de 3g/dL;
· transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/dL.

CONTROLES

Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns recursos são usados no controle e/ou na verificação da aceitação do método, dentre os quais podem ser citados:
-avaliação nutricional :
· curva de peso: antes de iniciar e, posteriormente de 3/3 dias
· circunferência do braço: antes de iniciar e, posteriormente semanalmente
· prega cutânea: antes de iniciar e depois semanal
· contagem linfocitária
· testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e depois a cada semana
-exames laboratoriais :
· hemograma completo: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e depois semanalmente
· glicemia: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e posteriormente uma vez por semana
· colesterol total: antes de iniciar e, dependendo do caso repetidas vezes
· triglicerídeos: idem acima
· hemocultura: semanalmente
· glicosúria: 6/6 horas
· dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-albumina): antes de iniciar; em dias alternados e depois semanalmente
-balanço hídrico: diariamente

COMPLICAÇÕES

Quanto às complicações observadas relacionadas à Nutrição Parenteral, valem ser ressaltadas as:
· Infecciosas (septicemia): são as mais graves, já que os pacientes usuários da Nutrição Parenteral estão, geralmente, debilitados previamente. São decorrentes de contaminação, seja das soluções ( o que é mais raro) , do catéter ou do momento de inserção do mesmo.
· Não Infecciosas: estão relacionadas a problemas na introdução do catéter, podendo ocorrer: pneumotórax, hemotórax, má posição de catéter, flebotrombose, hidrotórax, hidromediastino, lesão nervosa, lesão arterial (subclávica), perfuração miocárdica, laceração da veia, etc.
· Metabólicas: são decorrentes de alterações do metabolismo dos nutrientes utilizados nas soluções infundidas.
Estas podem se dar quanto:
-aos carboidratos: hiperglicemia e coma hiperosmolar não cetônico (decorrentes de intolerância à glicose), diurese osmótica, hipoglicemia (decorrente de aumento da produção insulínica endógena associada a insulina exógena);
-aos lipídeos: deficiência de ácidos graxos essenciais, hipertrigliceridemia;
-aos aminoácidos: hiperamoniemia, acidose metabólica hiperclorêmica (resultante da liberação de ácido clorídrico por parte dos aminoácidos cristalinos utilizados);
-aos eletrólitos: hipofosfatemia (leva diminuição do transporte de oxigênio e da capacidade de coagulação sangüínea), hipo/hiperpotassemia e hipo/hipernatremia;
-às vitaminas: hipervitaminose A e D (por serem lipossolúveis têm tendência ao acúmulo no organismo), hipovitaminose K, B12 e de ácido fólico;
-aos oligoelementos: deficiência principalmente de Cobre, Selênio e Zinco;
-ao excesso de oferta hídrica.
Lembrando sempre que, assim que possível o desmame da Nutrição Parenteral, deve ser realizado gradativamente para a alimentação enteral e posteriormente para via oral, mais fisiológica e menos custosa.
Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parenteral, se bem aplicada, é um recurso de extrema importância na manutenção e/ou melhora do estado de saúde dos pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito hospitalar quanto domiciliar.
A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como terapêutica extremamente segura, quando seus procedimentos técnicos e de higienização são seguidos rigorosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via direta à septicemia e um conseqüente perigo para a sobrevivência dos pacientes.
Fonte: Instituto de Endocrinologia e Nutrição - http://www.drien.com.br/